“Entre o Passado e o futuro, a memória” é um projeto de arte comunitária criado em 2021 no âmbito do programa Terra a Terra da Orquestra Sem Fronteiras, com o mecenato da Fundação “la Caixa” e apoio do Município de Boticas. Atualmente, conta com o patrocínio da República Portuguesa / Direção-Geral das Artes.
O projeto surge como resposta ao despovoamento do município de Boticas, um território que tem perdido população ao longo das últimas décadas, deixando aldeias desertas e casas em ruínas. O isolamento e a falta de acesso à cultura são desafios que o projeto procura combater, promovendo a participação da comunidade através da música.
Desde 2021, tem recolhido memórias e sentimentos da população, transformando-os em canções e criando momentos de partilha. Inicialmente, envolveu cerca de uma centena de participantes em três fases: entrevistas, conversas sobre o despovoamento e sessões de criação musical. As cinco músicas resultantes foram criadas por grupos etnográficos e bandas locais. Em 2023, o projeto expandiu-se a lares e ao Centro de Apoio a Deficientes do Alto Tâmega, duplicando o número de participantes e aumentando a equipa para oito elementos.
O espetáculo de 2024 consolidou a relevância do projeto na dinamização cultural da região.
A equipa artística é composta por quatro facilitadores com experiência na música em contexto comunitário: Beatriz Mendes e Daniel Almeida, fundadores da Furor Iminente, que desenvolveram diversos projetos na região, João Pereira e Sílvia Madalena Gonçalves, que trabalham em territórios de baixa densidade artística. Conta ainda com o designer gráfico Tiago Rodrigues, o videógrafo Vasco Mendes, ambos com raízes em Boticas, e Luís Rodrigues, técnico de som e músico ligado a projetos comunitários.
O espetáculo realizado em novembro de 2024 foi bem recebido, consolidando a relevância do projeto e reforçando o seu papel na dinamização cultural da região. Agora, “Entre o Passado e o futuro, a memória” segue para uma nova etapa, com o espetáculo do verão de 2025* a aprofundar temas como a identidade, o regresso e a reconstrução das ligações comunitárias. Mais do que um projeto artístico, trata-se de um movimento vivo que une passado, presente e futuro, dando voz a uma terra que resiste e se reinventa através da cultura.
*Dia 24 de julho de 2025, pelas 21h30, na Praça do Município em Boticas.
Este artigo foi atualizado no dia 3 de julho de 2025 para incluir a data do espetáculo.
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