Conta-se que aquando da segunda invasão francesa a Portugal, o povo do atual concelho de Boticas, com medo que lhes pilhassem os pertences, escondeu o que conseguiu, incluindo o vinho, que foi enterrado no chão das adegas, debaixo das pipas e dos lagares.

UM TESTEMUNHO DO ENGENHO E RESILIÊNCIA DOS BARROSÕES QUE CHEGOU ATÉ AOS DIAS DE HOJE.

Mais tarde quando recuperaram os bens, descobriram que o vinho tinha adquirido propriedades inesperadas. Um vinho com baixo teor alcoólico e algum gás, fruto do processo de fermentação natural durante o período que ficou enterrado e cuja conservação foi beneficiada pela temperatura constante e a ausência de luz. Por ter sido enterrado, recebeu o nome de Vinho dos Mortos.

Vinho dos Mortos é um testemunho do engenho e resiliência dos barrosões que chegou até aos dias de hoje.

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Tiago Rodrigues

Tiago Rodrigues é designer gráfico e editor de arte da UMinho Editora. Fundou em 2017 o Visit Boticas (atual Terra Callaeci) onde desempenha várias funções, desde a gestão e direção editorial, ao design e produção de conteúdos.

FONTEVinho dos Mortos